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Publicado: 22/03/2017 | 697 visualizações

Movimentos sociais e sindicais cobram posição do governo e prometem acirrar a luta

Movimentos sociais, organizações políticas e sindicatos, a exemplo do Sindipetro Bahia, Sindae, MST e MSTS realizaram nesta terça-feira, 14/03, das 7h às 16h, um ato em frente à governadoria para protestar contra a retomada das privatizações de setores estratégicos, como o petróleo e a  água e reivindicar uma maior atenção para as pautas específicas dos movimentos sociais.

 

Uma comissão formada por um representante de cada entidade protocolou a pauta unitária  dos movimentos, na SERIN e Governadoria e foi recebida pelo Secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes.

 

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, lamenta o fato de o governador Rui Costa, apesar de estar presente na governadoria, não ter recebido a comissão. “Nossa intenção era apenas entregar nas mãos do governador essa pauta conjunta para que ele se posicionasse sobre temas urgentes e relevantes como o desmonte da Petrobrás na Bahia, o fim da terceirização da saúde no estado, o problema de moradia no estado, entre outros.”

 

Para Deyvid é preciso que o governador do Estado, que pertence ao Partido dos Trabalhadores, demonstre de que lado realmente está, pois ele “deveria estar ao lado daqueles que o elegeram, daqueles que ajudaram a construir o projeto democrático e popular que foi implantado no Brasil há 13 anos, com o presidente Lula, e agora sofreu um golpe”.

 

O militante do MAB, Moisés Borges, afirmou ter sido “um absurdo para nós dos movimentos sociais e sindicais ouvir do secretário Josias Gomes, que o governador está em Salvador mas prefere atender aos prefeitos, muitos deles que apoiaram o golpe contra a presidente Dilma, do que atender a nós que os elegemos”.

 

Para o representante do Levante Popular da Juventude, Vitor Alcântara, os sindicatos e movimentos sociais não saíram derrotados deste ato, pois, conseguiram construir uma pauta conjunta, demonstrando unidade. “Este foi um primeiro passo de uma longa caminhada que faremos de forma incansável”, disse Vitor.

 

A representante do MST, Elizabeth Rocha, provocou, “é fácil para o governo do estado, dialogar com o agronegócio, com os empresários, mas não é fácil dialogar com os trabalhadores, com os seus pares?” Ela finalizou dizendo que “não é qualquer um que está hoje aqui não”.

 

O presidente do MSTS, Jhones Bastos, o diretor do SENGE, Allan Hayama, e o representante do MPA, Edivagno Rios, também falaram sobre a necessidade de  abrir o diálogo, lembrando a importância do momento político que estamos vivendo hoje.

 

Além da mobilização, os movimentos  também realizam  ocupação em órgãos públicos no estado da Bahia para exigir a abertura de diálogo com o governo do estado. São quase 1000 militantes nas cidades de Salvador, Santa Maria da Vitória e Juazeiro realizando atos regionais.

 

Os manifestantes encerraram o ato afirmando que querem dialogar, mas os próximos passos do movimento vão depender da postura do governador, que chegou a sinalizar que poderia atender os representantes do Sindipetro na próxima terça-feira, 21/03, mas o coordenador do sindicato, Deyvid, foi taxativo “construímos um movimento coletivo e não aceitaremos soluções individualizadas. A reunião terá de ser com os representantes de todas entidades”.

 

Reivindicações

Os manifestantes  querem que o governador se  posicione em defesa do Sistema Petrobrás, público e estatal e contra o fechamento dos campos terrestres e a privatização dos seus ativos no estado da Bahia. Eles também querem a retirada da Embasa do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), do governo federal e a elaboração de uma emenda à Constituição Estadual para tornar a água um direito humano fundamental.

 

Eles reivindicam ainda a implementação do Programa Camponês para Produção de Alimento Saudável que prevê investimentos na agricultura camponesa beneficiando os agricultores que produzem alimentos no campo e os trabalhadores da cidade que irão consumir comida saudável, gradativamente sem agrotóxicos.

 

Outro compromisso solicitado  é o fortalecimento das lutas contra a Reforma da Previdência. Além do fim da terceirização da saúde no Estado e do fim do extermínio da juventude negra, através da mudança do sistema de “segurança pública”, entre outros.

 

Participaram do ato representantes da CUT, Sindipetro Bahia, Sindae, Sindiprev, MST, Consulta Popular (CP), Levante Popular da Juventude (LPJ), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA),  Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado da Bahia (SASB), Sindicato dos Engenheiros da  Bahia (SENGE) e Sindicato dos Previdenciários (Sindprev) e Movimento dos Sem Teto de Salvador (MSTS). Também estiveram presentes os vereadores do PT, Moisés Rocha e Suíca.

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