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Publicado: 21/06/2017 | 1361 visualizações

Diretor de Refino e Gás se recusa a responder pergunta de trabalhadores, em palestra na Fafen

Escorraçado da Rlam, unidade que pretendia visitar, na manhã da terça-feira, 20/06, onde acontecia uma mobilização do Sindipetro e da categoria, o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobrás, Jorge Celestino, que é o maior defensor da venda de refinarias de todo país, acabou indo se abrigar na Fafen, onde decidiu realizar reunião com os trabalhadores.

De acordo com Celestino o objetivo da visita foi inspecionar as instalações e falar sobre o resultado do primeiro trimestre, que “foram bons, mas não suficientes”.

O diretor falou sobre indicadores de segurança, níveis de acidentes considerados elevados e afirmou que não há hierarquia no Direito de Recusa. Ele também informou que já houve uma redução de 17% do efetivo em todo o Sistema Petrobrás, contando com o PIDV e que está havendo um esforço para reduzir o endividamento (ativos que não geram fluxo de caixa: ex. Comperj; fertilizante Sergipe, UFN 3).

 De acordo com Celestino, a empresa está focada em três pilares: aumento do resultado operacional; parcerias e desinvestimentos e atividades da companhia que destroem valor. Em relação ao último item, ele não deu explicações. Aliás, segundo os presentes, em muitos momentos, o diretor foi evasivo e não respondeu com clareza a muitas perguntas feitas pelos trabalhadores.

Ele disse ainda que as plantas de fertilizantes têm sido um grande desafio e que “cada vez mais vamos ser importadores de gás natural”. Acrescentando que “rodar o parque termoelétrico a GNL é muito complicado porque a posição monopolista trouxe baixa rentabilidade neste portfólio e também  baixa rentabilidade nos negócios gerados a gás natural” e afirmou ainda que o negócio não é sustentável economicamente.

Após sua apresentação, Celestino resolveu responder perguntas da plateia, e, provavelmente deve ter se arrependido da decisão tomada.  Os trabalhadores foram bem incisivos e sinceros em suas perguntas. Ele respondeu algumas, foi escorregadio em outras e se recusou a responder, comentar ou entrar nas demandas geradas dos questionamentos feitos a partir da pergunta sobre a campanha de gás para alimentar o Brasil e as Fafens sendo vistas como garantia alimentar dos brasileiros.

  

Veja resumo de algumas das perguntas feitas e as respostas dadas:

1- O senhor tem 34 anos de Petrobras , como o senhor se sente, está à vontade na diretoria e tranquilo, para defender o plano que não é de desinvestimento, mas sim de privatização parcial, como no caso das refinarias ?

 Me sinto plenamente à vontade, não tenho a menor dúvida do que está sendo feito. Me sentiria pouco a vontade de ter colocado 14 bilhões uma refinaria como a Comperj.

 2 - Porque eu estou agora com o sentimento de que sua presença chegou para fertilizantes com o negócio de gás?

 Eu nunca tinha vindo nas instalações, estamos estudando várias coisas ( biocombustíveis. Fertilizantes). Ter uma empresa mais rentável é bom para todos os empregados. Devemos fazer da forma que traga um retorno para todos, estamos estudando fortemente... já que vemos um negócio destruindo o valor a longo prazo .. logo como administrador não podemos continuar colocando valor nisso .. construímos uma planta de biodiesel que não dá valor positivo (não é justo com os acionistas que empregaram seu FGTS como investimento)

 3- Qual motivação que os empregados vão ter em um ativo que, segundo a empresa, não há interesse por parte dela?

 - Se isso não gera resultado econômico, isto não faz sentido, tem que ser pensado em um conjunto. 2016 foi um ponto difícil para todos nós. Estamos correndo nas nossas avaliações, são decisões que são difíceis de tomar, mas precisamos tomar.

 4 – Porque o senhor não cita o Estado Brasileiro como controlador (acionista majoritário)? Porque todos os fatos não são mostrados claramente? E a campanha de Gás para alimentar o Brasil? Nós corremos risco de colocarmos alimentação mais cara na mesa dos brasileiros, logo as Fafens não podem ser vistas meramente como fonte de renda, precisam ser vistas como garantia alimentar dos brasileiros. Todo o pensamento de desinvestimento em fertilizante, tem alguém do agronegócio fazendo esses estudos com você (obrigatoriedade da IN do Ministério da Agricultura em produzir fertilizante)? Vocês estão pensando em atitudes que têm consequências para o país?

 - Vou me abster de entrar nessa discussão. Petrobras não deve ser utilizada para fazer/ implementar política públicas.

 

Portanto, companheiros e companheiras, leiam e tirem suas próprias conclusões.c