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Publicado: 18/07/2017 | 1767 visualizações

Sindipetro paralisa Fafen e debate conjuntura política

Os trabalhadores e trabalhadoras da Fafen participaram na manhã desta terça-feira, 18/07, do Projeto Ciranda das Turmas. Idealizado pela diretoria do Sindipetro Bahia, a Ciranda já aconteceu na RLAM, com uma boa aceitação da base.

O projeto consiste em levar à categoria, no chão da fábrica, informações sobre questões jurídicas, econômicas, previdenciárias e políticas, dando oportunidade aos trabalhadores de debater a atual conjuntura do país e também tirar dúvidas a respeito de assuntos de seu interesse.

Convidado para participar da Ciranda, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT-BA), que trabalhou durante 34 anos na Fafen (antiga Nitrofértil), fez um relato da história de luta dos trabalhadores desta unidade da Petrobrás, que em 1989, no governo Collor, bateram de frente contra as demissões de dezenas de colegas, conquistando a reintegração à empresa.

Ele também falou sobre a constante luta para manter a Fafen incorporada à Petrobrás. “Luta essa, que com a mudança no cenário nacional, terá que ser travada novamente, mas que só alcançara sucesso com o ingrediente que tivemos quase duas décadas atrás, que foi o da união e mobilização dos trabalhadores”.

 

Unir para sobreviver

O diretor do Sindipetro Bahia, Ubiraney Porto, fez coro à palavra do deputado, afirmando que “o Sindipetro Bahia é um dos sindicatos que mais atuam em defesa do Sistema Petrobrás, mas a péssima conjuntura atual exige uma união ainda maior da categoria”.  Para o diretor Radiovaldo Costa a união será a única forma de sobrevivência. Já o diretor George Arléo, informou que a Ciranda acontecerá com todas as turmas da Fafen, e em todas as atividades será garantido o interstício total para os operadores.

O Conselheiro Deliberativo da Petros e diretor do Sindipetro, Paulo César Martin, explicou o funcionamento da Fundação de Seguridade da Petrobrás desde a sua criação até os dias atuais, apontando os motivos que levaram ao déficit do Plano Petros, que necessita hoje de um urgente equacionamento para o reequilíbrio de suas finanças. Ele informou ainda que a FUP tem uma ação na justiça para a Petrobrás ressarcir à Petros o que deve como patrocinadora.

A supervisora técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias, afirmou que a importância da Petrobrás para o país é enorme, pois a empresa sempre funcionou como fomentadora do desenvolvimento do Brasil se transformando em orgulho nacional. Infelizmente, lembrou Georgina, “a partir da Lava Jato, a estatal, passou a sofrer ataques orquestrados, sendo responsabilizada por toda a corrupção do país, dando a entender à população que, de uma hora para outra, a empresa quebrou e se tornou ineficiente. O que não é verdade”.

A economista afirmou que a Fafen gera eficiência econômica e autonomia, “principalmente se levarmos em consideração que o Brasil tem destaque no agronegócio, então, mesmo que a Fafen desse prejuízo era interessante mantê-la no portfólio porque, estrategicamente, você ganha autonomia como protagonista do setor agropecuário”.

 

Reforma trabalhista e perda de direitos

O advogado Clériston Bulhões falou da liminar conquistada na Justiça do Trabalho, que determina que a Petrobrás cumpra o ACT da categoria, ficando suspensa em todas as unidades operacionais da empresa a redução do efetivo mínimo de referência. Ele também tirou dúvidas a respeito da reforma trabalhista que começa a vigorar a partir de novembro e que “praticamente mudou a CLT”. Para ele “os trabalhadores ainda não têm noção do que essa mudança vai provocar na vida deles, que podem dar adeus, por exemplo, a direitos como Hora Itinere e Troca de Turno.

Os advogados criminalistas Antônio Mororó e Palmeiras falaram da necessidade da resistência da categoria para enfrentar conjuntura tão adversa e também da importância de se dar queixa na Delegacia de Polícia contra os gerentes, supervisores e coordenadores, que concordam em colocam em prática a redução doe efetivo mínimo, pois tal prática atenta contra a vida dos trabalhadores.

O coordenador do Sindipetro, Deyvid Bacelar, também citou a necessidade de união da categoria, pois “não estamos falando apenas da venda de alguns ativos, mas da saída da Petrobrás da Bahia”. Ele cobrou, mais uma vez, um posicionamento do governador Rui Costa contra a venda dos ativos da empresa e falou da greve iminente que deve acontecer durante a campanha reivindicatória da categoria, que está “sob grave ameaça de retirada de direitos e perda de postos de trabalho”. O deputado Rosemberg Pinto garantiu que até a semana que vem o governador irá atender a diretoria do Sindipetro.  

Também participaram da atividade os diretores Valter Paixão, Gilson Sampaio (Morotó), Eliu Evangelista, Jailton Andrade, Ivo saraiva, Attila Barbosa, João Marcos, Pedro Batista (Peu), Élcio Santana, Jorge Braga, Sinvaldo Costa, Ariosvaldo dos Santos. Além do delegado sindical, Serrinha e do assessor Carlos Gomes.