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Publicado: 12/06/2018 | 1028 visualizações

Lucro financeiro x Lucro social

Ao ler a matéria publicada no sítio UOL intitulada "Petróleo com custo nacional baratearia gasolina, dizem analistas” (02/06/2018), fiz algumas reflexões.

Na minha humilde opinião, entendo que fazer aplicar um conceito básico de orçamentação não iria comprometer as contas da empresa e ainda seria capaz de gerar melhores condições para a população.

Considera-se que temos capacidade de refinar 90% da demanda nacional, sendo necessário importar os outros 10%. Nessa lógica, o preço dos combustíveis em uma empresa integrada de energia, como é a Petrobras, deveria seguir "de forma resumida" a fórmula abaixo:

{[(custos de exploração e produção do petróleo +
custos de refino + custos logísticos + encargos e tributos + depreciação e amortização) x 0,9] + [(preço de importação + custos diretos e indiretos dessa operação) x 0,1] + margem de lucro}.

Com a equação acima, a companhia definiria sua margem de lucro, de maneira transparente e justa. No entanto, a política atual é usar a base do importado com as variações de câmbio e variações no barril de petróleo para justificar o preço, ou seja, usa-se o que deveria representar apenas 10% para repassar ao todo. 

Se tivéssemos um governo que olhasse para o povo, ele simplesmente diria para a Petrobras usar apenas o percentual de necessidade da importação para compor o preço e não repassá-lo de forma integral para a população.

Cabe ressaltar que nenhum país desenvolvido, seja liberal ou não, permite que os interesses privados se sobreponham aos interesses coletivos.

Atualmente pode parecer bom para os poucos mais de 600mil acionistas da empresa, enquanto os outros mais de 200 milhões de brasileiros pagam a conta.

Cabe alertar aos acionistas que essa política de preços tem levado a Petrobras a perder participação no mercado de combustíveis. Dessa forma, os preços maiores já levaram à inflexão nas receitas das vendas de derivados. Os importadores e produtores estrangeiros saem ganhando.

Perdem os acionistas, a Petrobras, o governo e os brasileiros. A quem isso interessa?

 

Por associado da base FAFEN