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Publicado: 03/10/2018 | 2138 visualizações

Estado da Bahia reafirma importância da FAFEN-BA

Na audiência pública que aconteceu na sexta-feira, 28/09, promovida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, para tratar das privatizações das empresas estatais, o Estado da Bahia, por meio do Superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado, Dr. Paulo Roberto Britto Guimarães, repudiou mais uma vez a iniciativa da Petrobrás de fechar a FAFEN-BA.


Segundo Guimarães, o problema alegado pela Petrobrás para o fechamento da fábrica foi criado pela própria companhia quando começou, a partir de 2016, a praticar preços para o gás natural considerando o custo de oportunidade e não o custo de produção. “A Petrobrás não pode se balizar, em sendo uma empresa estatal, apenas pelo princípio da maximização dos lucros. Existem questões estratégicas que precisam ser consideradas”, disse. “A Petrobrás, mais que uma empresa estatal, é a maior empresa nacional. Qualquer movimento que a Petrobrás faça tem repercussões seríssimas na economia brasileira, e no caso do fechamento das FAFEN`s há impactos industriais, agrícolas e socioambientais”.

Para o superintendente, o fechamento da FAFEN-BA trará consequências desastrosas para os pacientes de hemodiálise no país pelo fechamento de uma cadeia industrial a jusante. “Uma das empresas que podem vir a fechar no Polo Petroquímico de Camaçari é a uma produtora na América Latina de bicarbonato de sódio grau hemodiálise. Portanto, nós passaríamos a ser completamente dependentes do mercado externo para um insumo essencial para a hemodiálise”. 

O representante estatal mostrou-se preocupado com a perda dos 2.500 postos de trabalho no Nordeste com o fechamento das fábricas e afirmou que, apesar da Petrobrás dizer que não vai demitir, pretende transferir 700 postos de trabalho para o sul, prejudicando o desenvolvimento econômico da Bahia e Sergipe, isso sem considerar os postos fechados pelas empresas que dependem das FAFEN`s para existir.

A solução para as fábricas de fertilizantes, segundo Guimarães, seria uma política de gás natural que priorizasse o gás natural matéria-prima com um preço inferior ao preço que hoje é praticado pela Petrobrás. “Vale lembrar que a Bahia e Sergipe são superavitárias em gás natural e que o gás produzido em terra tem um custo marginal e o gás de Manati é produzido a baixo custo”. “o que nós precisamos é de uma política nacional que faça com que o gás natural passe a ser no Brasil o que ele já é no resto do mundo: um indutor de novos investimentos”, completou.

Ao final de sua explanação, o Dr. Paulo Guimarães se dirigiu ao Ministro Lewandowski para dizer que “o Governo da Bahia considera inadmissível o fechamento das FAFEN`s tendo em vista as gravíssimas consequências para o nordeste, tanto do ponto de vista social quanto industrial e para o Brasil do ponto de vista agrícola, industrial e estratégico, mas principalmente é inadmissível que uma decisão de tal magnitude, tão séria, seja tomada ao apagar das luzes de um governo sem uma ampla discussão com a sociedade e sem uma consulta ao Congresso Nacional.”

O Sindipetro Bahia parabeniza o Dr. Paulo Guimarães pela iniciativa de defender os estados da Bahia e Sergipe, os trabalhadores e a soberania alimentar.

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