Categoria petroleira continua mobilizada contra privatização do Polo Bahia Terra
julho 10, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Em protesto à declaração da presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, admitindo a possibilidade da privatização do Polo Bahia Terra, petroleiros e petroleiras seguem mobilizados nesta quinta-feira (10), realizando ação setorial no edifício Torre Pituba, em Salvador, sede da companhia no estado. Também houve um ato pela manhã com trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás Biodiesel (PBIO), que atrasaram o início de suas atividades.
A diretoria do Sindipetro Bahia defendeu a importância de manter o Polo Bahia Terra sob controle da estatal, sem privatização ou terceirização. “Em todos os outros exemplos que vimos isso acontecer, houve diminuição dos salários dos benefícios sociais, além da precarização das condições de trabalho, causando mais acidentes e adoecimentos entre os trabalhadores e trabalhadoras”, destacou Luciomar Machado, diretor do sindicato e vice-presidente da CUT-BA.
Outro diretor do Sindipetro-BA, Franklin Carlos, apontou o risco direto para quem trabalha no Torre Pituba, unidade administrativa onde ele também está lotado. “Não faz sentido para a Petrobrás manter um prédio como esse e todo o setor administrativo, se não houver produção no estado”, afirmou. “Se esses 28 campos de produção saírem do controle da empresa, certamente o mesmo vai acontecer com o Torre Pituba”, alertou.
A PBIO e demais subsidiárias também estão na mira
Apesar de não terem sido diretamente citadas pela presidente da Petrobrás, a venda do Polo Bahia Terra aumentaria o risco de privatização para todas as subsidiárias da empresa no estado. É como analisa a diretora do Sindipetro-BA e trabalhadora da PBIO, Simone Santos, lembrando de outros ativos privatizados e da ameaça do processo de venda do Polo Bahia, cancelado em 2023. “Já passamos por esse processo. Começou pelo Polo Bahia, depois teve o desmonte da Fafen e a privatização da RLAM”, conta. “Se todas as unidades da holding fecharem, imagina o risco para as subsidiárias?”, questiona a diretora, destacando a importância da unidade petroleira independente de sua empresa ou unidade de lotação. “Vamos lutar todo mundo junto”, finaliza.
Também presente no atraso da PBIO, Jailton Andrade, diretor do Sindipetro-BA, criticou o posicionamento da presidente da Petrobrás, que para ele não representa o projeto político que a colocou no cargo. “Magda disse que [a Petrobrás] precisa apertar os cintos, mas a empresa lucrou R$ 16 milhões por hora”, apontou, se referindo à cifra de R$ 35 bilhões de lucro que a estatal atingiu no primeiro trimestre de 2025. “Ela só está falando de números, ela não fala de pessoas. Nós já vimos o que acontece quando o trabalhador, ou trabalhadora, não tem segurança do seu emprego”, denunciou, lembrando do suicídio ocorrido na RLAM em 2021. Segundo investigações de auditores fiscais do trabalho, a morte foi causada pelo ambiente de insegurança em relação à venda da refinaria.
Ato em Taquipe deu o pontapé para a luta contra a privatização
O primeiro ato ocorreu nesta quarta-feira (9), na unidade de Taquipe, em São Sebastião do Passé. Cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras enviaram um recado firme para a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard: “a Bahia não está à venda”, gritaram em uníssono ao fim da ação que atrasou o início das atividades nesta unidade.
Diretores do Sindipetro-BA e o deputado estadual petroleiro Radiovaldo Costa (PT) estavam presentes no ato, além de representantes do Siticcan e do Sindiquímica. O Sindipetro-BA e a FUP já solicitaram também reuniões com a presidência da Petrobrás, com o ministro de Minas e Energia e com o governador da Bahia, para colocar na mesa o posicionamento da categoria petroleira: privatizar faz mal ao Brasil e à Bahia.