Organizações sindicais levam pautas da classe trabalhadora para a COP30
novembro 5, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
A FUP estará presente em Belém, participando de eventos na Cúpula dos Povos e terá uma atividade no dia 13 de novembro no Pavilhão Brasil, espaço oficial da Conferência, coordenado pela ONU. O painel discutirá “A ação sindical no Sul Global por uma transição energética justa e popular: ação coletiva, diálogo social, geração cidadã de dados e trabalho decente”
[Com informações do Dieese e das agências de notícias]
Com a expectativa de ser a edição com a maior participação popular da história, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) acontece entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará. O encontro é realizado anualmente pela ONU e envolve atualmente 198 países, dos quais 132 já confirmaram presença em Belém. O governo brasileiro, no entanto, estima a participação de representantes de mais de 160 nações na COP30, levando em conta as atividades paralelas organizadas pela sociedade civil.
A Cúpula dos Povos será o maior evento autônomo que ocorrerá durante e paralelamente à COP30, com participação de povos indígenas, ribeirinhos, camponeses, quilombolas, entre outros. A expectativa dos organizadores é reunir mais de 10 mil pessoas no espaço da Universidade Federal do Pará, sem a necessidade de credenciamento. Confira aqui a programação completa.
Os eixos da COP30
Com um programa robusto que abrange mais de trinta temas interconectados, a COP30 terá seis eixos e debates prioritários: Energia, Indústria e Transporte; Florestas, Oceanos e Biodiversidade; Agricultura e Sistemas Alimentares; Cidades, Infraestrutura e Água; Desenvolvimento Humano e Social; Questões Transversais.
A programação temática foi dividida entre as Zonas Azul e Verde, que sediarão o evento, no Parque da Cidade, localizado no antigo aeroparque de Belém. A Zona Azul concentrará as negociações oficiais entre os países e a Zona Verde será dedicada aos debates da conferência que têm participação da sociedade civil.

Entre os destaques da programação, estão os dias focados em Adaptação, Cidades e Infraestrutura (10 e 11 de novembro), Saúde, Educação e Direitos Humanos (12 e 13), Transição Energética e Finanças (14 e 15), e Florestas e Povos Indígenas (17 e 18). Nos dias 19 e 20, o foco será em Agricultura e Segurança Alimentar, com debates sobre gênero e tecnologia, incluindo Inteligência Artificial. O último dia, 21 de novembro, será dedicado ao encerramento.
Atividades sindicais na COP30
As organizações sindicais terão presença relevante na COP30, exercendo pressão política e propondo ações que assegurem trabalho decente, condições dignas de trabalho e financiamento adequado para políticas públicas de transição justa. O objetivo é garantir que a transição para uma economia com baixa emissão de gases do efeito estufa (GEE) ocorra de forma justa e inclusiva, incorporando as demandas da classe trabalhadora nas decisões globais sobre o clima.
Estudo encomendado pela CUT ao Dieese revela que, enquanto os efeitos da crise climática se intensificam, com enchentes, secas e calor extremo, milhões de trabalhadores e trabalhadoras seguem expostos à precarização e baixos salários em atividades chamadas de “verdes”. Segundo levantamento feito pelo Dieese, 2,9 milhões de pessoas atuam em empregos verdes no Brasil, sendo que 73,7% estão na informalidade. Os rendimentos nesses postos de trabalho são 29% menores do que a média nacional e a maioria das pessoas que atuam nessas atividades “verdes” são homens negros, com pouca escolaridade formal.
“A transição deve ser no modo de produzir, de consumir e de distribuir a riqueza gerada, reduzindo desigualdades, sem deixar ninguém para trás. Levar a pauta da classe trabalhadora à COP30 significa afirmar o protagonismo sindical na construção de soluções sustentáveis, que conciliem justiça climática, geração de trabalho decente e redução das desigualdades”, alertam os técnicos do Dieese.
As direções sindicais petroleiras também estarão presentes ao longo de toda a Conferência, junto com as Centrais Sindicais brasileiras (CUT, CTB, CSB, Força Sindical, Intersindical, NCST, Pública e UGT) e internacionais (IndustriAll), a POCAE (Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia), o Dieese, o INEEP, entre outras organizações parceiras na luta por uma transição energética justa, soberana e popular.
Participação da FUP
A FUP terá uma atividade no dia 13 de novembro no Pavilhão Brasil, localizado na Zona Azul, espaço oficial da COP30, coordenado pela ONU. O painel discutirá “A ação sindical no Sul Global por uma transição energética justa e popular: ação coletiva, diálogo social, geração cidadã de dados e trabalho decente”. Durante o evento, previsto para às 17h30, na sala Cumaru, a FUP apresentará as contribuições da categoria petroleira, expressas na proposta para o Plano de Transição Energética Justa no setor de Óleo e Gás.
Também no dia 13, os petroleiros participam do seminário internacional “Transição Energética Justa e Popular para os Povos”, organizado pela Plataforma Operária e Componesa da Água e Energia na Cúpula dos Povos. O evento será realizado entre as 14h e 16h no Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Outra atividade que a FUP terá participação na Cúpula dos Povos é o IV Encontro Internacional de Comunidades Atingidas por Barragens e Crise Climática, organizado pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) e pelo Movimento dos Afectados por Represas (MAR). A Federação será uma das entidades a falar no Seminário de Encerramento do Encontro, no dia 12 de novembro, às 10h, no Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN) da UFPA.
Confira a programação das organizações sindicais e sociais na Conferência:
Versao_01nov25_-_Participacao_do_Movimento_Sindical_na_COP30



