Petroleiros e petroleiras fazem grande ato contra a privatização do Polo Bahia Terra
julho 9, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Em protesto à possibilidade de privatização do Polo Bahia Terra, conjunto de 28 campos de produção de petróleo da Petrobrás no estado, petroleiros e petroleiras realizaram um grande ato nesta quarta-feira (9), na unidade de Taquipe, em São Sebastião do Passé. A ação é só o início de uma luta que vai até o fim para evitar a venda de mais um ativo da estatal, como ficou nítido no recado firme enviado para a presidente da companhia, Magda Chambriard: “a Bahia não está à venda”, gritaram em uníssono os cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras presentes na manifestação.
A categoria petroleira entrou em estado de alerta no último sábado (5), quando a presidente da Petrobrás admitiu a possibilidade de uma privatização do Polo Bahia Terra, ou a terceirização de suas operações. A decisão, segundo Magda, será tomada a partir da análise do que for melhor para os acionistas da empresa. Ao discursar no ato desta quarta (9), a coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, questionou a declaração da presidente:
“O acionista majoritário da Petrobrás é o Estado brasileiro, então a empresa precisa estar a serviço do povo brasileiro, não pode visar apenas a maximização dos lucros. O lucro da Petrobrás precisa dar retorno ao povo, a quem de fato pertence essa riqueza, e não apenas aumentar a fortuna dos acionistas da companhia”, rebateu Elizabete, reivindicando um posicionamento do Governo Federal. “Precisa se posicionar em defesa da sociedade baiana, que foi fundamental na construção da indústria petroleira. Se a Petrobrás existe hoje, tudo começou aqui na Bahia. É reparação histórica”, definiu.
O deputado estadual petroleiro, Radiovaldo Costa (PT), lembrou do recente anúncio de investimentos da Petrobrás na Bahia, um volume de R$ 16 bilhões em cinco anos para dobrar a produção de petróleo no estado. “Não tem sentido Magda vir com essa fala agora. Mas não mediremos esforços para lutar contra a privatização, não vamos aceitar isso, pois essa empresa é fundamental para a população”, garantiu, relembrando de outros ativos já privatizados pela estatal, onde aconteceu encolhimento de salários, mais acidentes e aumento de preços para consumidores.
Além de defender o que pode ser perdido, petroleiros e petroleiras também se uniram para reaver o que já foi vendido. “A Petrobrás precisa ser uma empresa integrada, justamente para não ficar refém do preço do barril de petróleo”, defendeu o vice-presidente da CUT e diretor do Sindipetro-BA, Luciomar Machado, justificando uma maior robustez da estatal ante as flutuações do mercado quando possuía subsidiárias de refino e distribuição como a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), BR Distribuidora e Liquigás.
Além de outros diretores do Sindipetro-BA, também estavam presentes no ato representantes do Siticcan e do Sindiquímica. O Sindipetro-BA e a FUP já solicitaram também reuniões com a presidência da Petrobrás, com o ministro de Minas e Energia e com o governador da Bahia, para colocar na mesa o posicionamento da categoria petroleira: privatizar faz mal ao Brasil e à Bahia.