Segundo dia da 12ª Plenafup reforça a importância da categoria na construção de uma transição energética justa
agosto 6, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
[Com informações da FUP, do Sindipetro-PE/PB e do Sindipetro-PR/SC]
O segundo dia da 12ª Plenafup começou com o tradicional ato nacional dos petroleiros e petroleiras, que saíram cedo para chegar à Refinaria Abreu e Lima, localizada no município de Ipojuca (PE). A manhã da terça-feira (5) foi bastante chuvosa em alguns momentos, com sol torrencial em outros, mas nada impediu as falas firmes que saudaram a retomada dos investimentos da Petrobrás e defenderam a soberania nacional, destacando a importância da categoria petroleira para essas batalhas.
No retorno para o Centro de Formação e Lazer, onde ocorre a 12ª Plenafup, delegados e delegadas participaram da mesa temática que abordou os temas de geopolítica internacional e transição energética. “A mesa foi muito importante, porque compreendemos a necessidade de fazer uma análise profunda do setor energético, para que nós possamos tomar decisões”, avalia o coordenador geral da FUP e diretor do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar.
A primeira contribuição da mesa foi de Graciela Rodriguez, do Instituto Equit (Gênero, Economia e Cidadania Global), que fez uma análise crítica da conjuntura internacional, destacando os impactos da crise estrutural do capitalismo, o papel das grandes potências e a importância da articulação dos países do Sul Global. “Estamos em um momento político internacional e nacional muito complexo. A crise do capitalismo está se aprofundando. Esse modelo econômico vem gerando crises cada vez mais curtas, profundas e que se repetem rapidamente”, afirmou, destacando ainda que, apesar das contradições internas entre seus membros, o BRICS tem se consolidado como uma alternativa contra-hegemônica frente ao domínio dos Estados Unidos.
O pesquisador do INEEP e ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, analisou o futuro do setor de óleo e gás no Brasil, em especial sobre a posição da estatal brasileira na transição energética que se aproxima. “A Petrobrás não está se preparando para daqui a 10 anos, ela está pensando em 10 meses”, criticou, apontando para a ausência de uma plano de longo prazo para diversificação da matriz energética. “O que de fato vai substituir os combustíveis fósseis é o hidrogênio. E qual é a posição da Petrobrás em relação a isso? Nada está sendo feito”.
O painel foi encerrado com a apresentação de Lala Peñarada, coordenadora da TUED (Trade Unions for Energy Democracy) na América Latina, que compartilhou sua perspectiva sobre a geopolítica internacional e os impactos das relações de poder nas lutas socioambientais e de classe. A pesquisadora apresentou o plano estratégico da União Sindical Operária, da Colômbia, elaborado pelos próprios trabalhadores. O documento propõe uma transição energética justa e soberana, que inclui o fortalecimento dos direitos trabalhistas, a diversificação da matriz produtiva para além do setor de hidrocarbonetos, a industrialização ecológica e o uso da contratação pública como instrumento de desenvolvimento nacional.
As informações apresentadas pelos oradores serviram para qualificar ainda mais o debate entre os cerca de 280 petroleiros e petroleiras presentes na plenária, que nesta quarta-feira (6) irão se dividir em grupos de trabalho para elaborarem as propostas para um Acordo Coletivo de Trabalho forte e uma transição energética justa.