Sindipetro-BA realiza atos contra parcerias e terceirização irrestrita no Sistema Petrobrás
outubro 4, 2025 | Categoria: Banner Principal, Notícia
Em pleno 3 de outubro, dia que marca os 72 anos da fundação da Petrobrás, o Sindipetro Bahia realizou, na PBio (Usina de Candeias) e em Taquipe, paralisações com trabalhadores e trabalhadoras das respectivas bases, em protesto contra parcerias público-privadas e a terceirização irrestrita em unidades da estatal e suas subsidiárias. Os dirigentes sindicais presentes nos dois atos celebraram o histórico de incentivo ao desenvolvimento econômico e social da companhia, destacando porém que foram as lutas e a resistência da categoria petroleira que sempre conduziram a Petrobrás para os interesses da classe trabalhadora.
Iniciando o ato na PBio, que sofre ameaça da implantação de uma parceria público-privada na empresa, a coordenadora geral do Sindipetro Bahia apontou a incongruência entre as recentes decisões da gestão da Petrobrás e o projeto de governo que foi eleito nas urnas. “Fomos surpreendidos com uma proposta de modelo de negócio que visa parcerias privadas e terceirização da atividade-fim. Nos preocupa a implementação e expansão desse modelo de negócio, que tende a precarizar as relações de trabalho e a própria segurança no trabalho”, alerta Elizabete Sacramento, questionando ainda se a soberania nacional é mesmo prioridade para a Petrobrás. “Estamos vendo, em pleno governo progressista, um projeto de desmonte e enfraquecimento desta grande empresa”, denuncia.
A falta de previsibilidade em relação ao futuro dos trabalhadores foi apontada pelo funcionário da PBio, e diretor do Sindipetro-BA, Ihuri Meira. “Como é uma subsidiária, ficamos em um limbo. Não sabemos o nosso futuro, para onde iremos caso haja essa parceria?”, indaga o dirigente, alertando que a dispersão desses trabalhadores por outros estados vai dificultar a organização para um possível retorno e recomposição do efetivo, posição compartilhada por Elizabete. “Privatizações e terceirizações da atividade-fim postergam a realização de concursos no Sistema Petrobrás”, complementa a coordenadora.
Ato em Taquipe alerta para a terceirização irrestrita e privatização do Polo Bahia
Os 28 campos de produção terrestre de petróleo na Bahia também têm sido ameaçados pela gestão da Petrobrás. Além de uma possível privatização completa dos campos, aventada por Magda Chambriard no início de julho, o Polo Bahia vem sofrendo com redução de atividade, demissões de terceirizados, transferências para outras unidades e ampliação da terceirização de atividades-fim. O enxugamento de custos é motivado, segundo a administração da estatal, pelo baixo lucro da UN-BA.
O deputado estadual Radiovaldo Costa (PT) rebateu com firmeza o argumento, demonstrando que a Petrobrás foi pensada como uma empresa integrada, o que diminui sua exposição perante as flutuações ocasionadas pela geopolítica do petróleo. “A UN-BA não é uma empresa. Não podemos aceitar que, porque o custo de extração está alto, tem que privatizar, tem que vender. Em 2012, quando as refinarias tiveram prejuízo, ninguém defendeu vender refinaria”, argumentou. “A Bahia passou 40 anos pagando a conta, outras unidades precisam pagar a conta da Bahia”, finalizou o parlamentar, defendendo ainda o aumento da produção para que haja diluição dos custos.
FUP dirige manifestações por todo o Brasil
A possibilidade da implantação de uma parceria público-privada na PBio exigiu uma resposta firme da FUP, que organizou atos em diversas unidades da Petrobrás. “Estamos aqui comemorando os 72 anos da Petrobrás, que existe por causa da nossa luta e resistência, e também protestando contra esse modelo de negócio que querem implementar na PBio”, resume o coordenador geral da federação, Deyvid Bacelar, que destacou também o papel estratégico da empresa de biocombustíveis. “A PBio foi fundada para ser um braço da transição energética justa, incentivando a agricultura familiar e promovendo o desenvolvimento econômico e social”, explicou.
O risco da privatização também foi comentado por Alberico Queiroz, do Sindipetro-Unificado. “Trabalhamos em unidades com um potencial catastrófico muito alto. Quanto vale a minha vida para ser economicamente viável para a Petrobrás? A gente quer responsabilidade social entregando emprego de qualidade, entregando segurança no nosso trabalho”, questionou, concordando com Maju Wegher, do mesmo sindicato, e Valnísio Hoffman (Sindipetro-ES), que acompanharam o ato na PBio e também criticaram o projeto privatista da atual gestão da estatal.
A diretora da FUP e do Sindipetro-NF, Bárbara Bezerra, reforçou a posição da categoria petroleira. “As conquistas e avanços que temos, são porque a gente faz a luta. Para tomar decisões que interfiram em nosso emprego, tem que ser conosco, tem que considerar a nossa opinião”, defendeu. Ao fim, Deyvid comentou sobre a Campanha Reivindicatória e enviou o recado para a Petrobrás: “se não tivermos avanços, teremos sim greve neste ano de 2025, para pressionarmos a gestão da Petrobrás à esquerda”.
Além dos já citados, também discursaram nos atos da Bahia os dirigentes Luciomar Machado (Sindipetro-BA e CUT-BA), PC Martin (Sindipetro-BA e FUP), Diogo Teixeira (Sindipetro-BA) e Cláudio Guedes (Siticcan).
Confira os atos da categoria petroleira contra parcerias e a terceirização:
• PBio Montes Claros/MG
• PBio Candeias/BA
• Taquipe (BA)
• Recap
• Replan
• Revap
• Repar
• Refap
• Reduc
• Lubnor
• Transpetro de São Caetano do Sul
• Transpetro de Barueri