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UNIGEL ameaça Polo Petroquímico de Camaçari pra manobrar governo e conseguir lucros, os marginais

junho 12, 2023 | Categoria: Colunas, Jailton Andrade, Notícia


“Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais, mas o negócio é que dá muito bandeira, dá bandeira demais meu Deus!”

Quando Raul Seixas escreveu Metrô linha 743, em 1984, parecia já conhecer o SINPEC – Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para fins Industriais, Petroquímicas e de Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D’ávila. 

Basta dizer que as maiores industrias químicas e petroquímicas da Bahia têm seus interesses defendidos pelo SINPEC, inclusive as industrias do Grupo UNIGEL. Mas tem uma peculiaridade: a UNIGEL tem a presidência do SINPEC na pessoa do seu diretor, o Roberto Fiamenghi, que também é vice-presidente da FIEB e conselheiro do COFIC, o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari que ninguém dá nada, mas aglutina as mais de 90 indústrias do maior polo petroquímico integrado do hemisfério sul.

Em outras palavras, a UNIGEL aparelhou os espaços de fomento do lucro, o marginal, mesmo antes de se aventurar no ramo de fertilizante, mas até agora não conseguiu o gás dos sonhos. 

Dentro da mesma cabeça que Fiamenghi sonha, outros industriais do SINPEC, do COFIC e da FIEB sonham igual: querem vender seus produtos com Preço de Paridade de Importação, pra garantir a margem, mas querem produzir com gás subsidiado pelo governo, pra ampliar a margem, e farão o moral e o imoral pra conseguir. Estamos falando de Lucro.

É com esse perfil e expertise que Roberto Fiamenghi faz história ao longo dos seus 80 anos. Não é por menos que seu filho João Fiamenghi, co-fundador e vice-presidente do Grupo Ergo que movimentou 9 dígitos em 2022, segundo ele, sonha em ser o Paulo Lemann baiano “por tudo que ele construiu como empresário e a diferença que ele fez no Brasil e no mundo”. João também é dono da JF Participações que aluga mansões em Praia do forte e a WBM, que eu não entendemos muito bem mas tem a ver com Deus.

Diga aí você que está lendo esse artigo de dentro do Polo Petroquímico cheirando amônia, benzeno e outros perfumes, o que é faturar 9 dígitos em 1 ano?

Pois bem.

 Ciente do aparelho que tem nas mãos, a UNIGEL então faz um teste. Paralisa a fábrica de fertilizantes de Sergipe alegando inviabilidade econômica devido ao preço do gás, suspende os contratos de trabalho, paralisa o abastecimento do mercado de fertilizante e senta pra ver se alguém do governo aparece. Não deu certo.

O grupo agora parte para outro nível de coação, com a ajuda dos seus parceiros da margem no SINPEC em sua faceta mais letal: parar a fábrica da Bahia, a Fafen.

O plano é o seguinte: Ele sabe, como já disse na ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia, que a paralização da fábrica da Petrobras, hoje sob sua responsabilidade, a afeta a Braskem, Carbonor, White Martins, Oxiteno, Acrinor, Heringer, Fertipar, Ihara, Mosaic, Cibrafertil, Usiquímica e Adubos Agaguaia. Afetaria também a Proquigel, mas Fiamenghi, sabiamente, mantém um estoque de amônia num dos terminais químicos que recebeu de brinde no contrato de arrendamento das FAFEN`s. 

Estes terminais, que ficam no Porto de Aratu, foram arrendados para a Petrobras pela CODEBA nos anos 80 com sucessivas renovações, sempre constando cláusula de proibição de subarrendamento. Mas a operação destes terminais foi colocada no contrato como condição para o arrendamento e o Petrobras de Bolsonaro conseguiu essa façanha junto ao governo do estado.

Então, na cabeça de Fiamenghi, a paralização de sua fábrica colapsa o “ecossistema industrial do Polo”, que poderia causar o maior lockout da história do Brasil. Isso afeta a sobrevivência do trabalhador, a receita do estado e a imagem do governo. Quem vai querer essa bomba?

Tudo isso para pressionar o governo e a Petrobras a fornecer gás subsidiado, ou seja, parcialmente pago pelo estado, sob a falsa alegação do risco de falir.

Mas o relatório de demonstrações financeira de 2022 da própria UNIGEL publicado pelo Estadão diz exatamente o contrário:

Em 2022, a Unigel atingiu resultados recordes em quase 60 anos de história. Com a consolidação do novo segmento Agro, a Unigel entregou no ano receita líquida de R$ 9,7 bilhões, alta de 27% a/a, e EBITDA ajustado consolidado de R$ 1,9 bilhão (+9% a/a). Essa forte geração operacional foi refletida na solidez de nossos índices de liquidez, com posição de caixa totalizando R$ 909 milhões (ou USD 174 milhões) e alavancagem líquida em 1,3x em dezembro de 2022.

No segmento Agro, os preços dos principais produtos (amônia e ureia) apresentaram crescimento desde o quarto trimestre de 2021, quando teve início uma crise energética na Europa e Ásia que elevou o preço inter- nacional do gás natural, principal rota de produção desses produtos. No início de 2022, essa crise energética se agravou com o conflito entre Rússia e Ucrânia, elevando os preços dos produtos da Unigel Agro a máximas histó- ricas, permitindo ao segmento entregar um EBITDA ajustado de R$ 762 milhões na primeira metade do ano. A partir do terceiro trimestre de 2022, com mudanças no cenário internacional e nas cadeias de suprimentos, iniciou-se um movimento de queda dos preços de fertilizantes, que se acentuou no 4T22, resultando em um EBITDA ajustado de R$ 491 milhões para o segmento no segundo semestre.

 Observe no gráfico compilado pela UNIGEL que ela saiu de um EBITIDA de R$420 milhões em 2019 para um EBISITA se R$ 1,87 bilhão em 2022. O problema é que o grupo escolheu investir mais do que lucrou e, associado às variações cambiais, teve resultado financeiro negativo em alguns momento. Mesmo assim, o Grupo UNIGEL saiu de um prejuízo líquido de R$ 7 milhões em 2019 para um lucro líquido de R$ 882 milhões em 2021 que caiu para R$ 389 milhões em 2022, mas é lucro.

 O gráfico abaixo representa, a relação entre a cotação do dólar (linha azul)., os preços do gás natural (área laranja), preços do petróleo (linha vermelha) no mercado internacional de 2019 a 2023. 

Observe que entre 2021 e 2022 os preços do GN foram mais elevados chegando a US$ 9 em agosto/2022. Isso coincide com a alta lucratividade que a UNIGEL relata no seu relatório.

De lá pra cá os preços do GN caíram substancialmente, mais que o petróleo (vermelho) e mais que o dólar (azul).

Então porque a UNIGEL reclama tanto? A resposta está desenhada: Ela quer o GN mais barato do que no exterior, pela margem. Igualzinho o que a ACELEN quer com o Petróleo. Para a UNIGEL lucrar R$ 389 milhões em um ano beira a falência. Entendeu a jogada? 

As pressões que o governo e a Petrobras estão sofrendo por meio de ministros e deputados lobistas tem exatamente essa razão de ser. E o método encontrado pela UNIGEL nessa segunda fase do plano para ter GN barato, usando o SINPEC, o COFIC e a FIEB, é sequestrar parte do Polo Petroquímico, daqueles industriais que sonham junto com Fiamenghi porque “sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. 

Viva a Raul Seixas!

§ Este texto não expressa necessariamente a opinião do Sindipetro Bahia

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