Sindipetro Bahia vê arrendamentos das Fafens como retrocesso e afirma que irá fiscalizar o processo
novembro 22, 2019 | Categoria: Notícia
A Petrobras anunciou como uma grande conquista a realização de contratos de arrendamentos das fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe (Fafen-Ba e Fafen- Sergipe) para a empresa Proquigel Química, que pertence ao Grupo Unigel.
Já a direção do Sindipetro Bahia vê o arrendamento das Fafens como um retrocesso e continua afirmando que essa não é a saída ideal.
A diretoria da entidade sindical entende que a Petrobras deveria continuar operando essas unidades de fertilizantes por diversos motivos: o principal deles é a importância estratégica do setor de fertilizantes, pois o Brasil é um grande produtor de grãos e proteínas e o investimento na produção de fertilizante é fundamental para garantir a continuidade do crescimento do setor e a soberania nacional. Por isso, a importância do setor de fertilizantes continuar nas mãos da Petrobras, uma empresa estatal.
De acordo com a previsão da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 2010 e 2020, somente no Brasil, a produção de alimentos crescerá 40%. Depender do mercado externo de fertilizantes é arriscado. Importamos 90% dos fertilizantes potássicos, cerca de 50% dos fosfatados e 70% dos nitrogenados. “Soberania na agricultura é uma questão de sobrevivência, e países com visão estratégica não abrem mão disso”, afirma o coordenador do Sindipetro Bahia, Jairo Batista.
“Além disso deve-se levar em conta a expertise que a Petrobras tem na atividade, o que garante inclusive a segurança dos equipamentos, e ainda a capacidade de investimento e de geração de emprego da estatal, o que certamente será diferente tendo uma empresa privada à frente desse segmento”, afirma o diretor de comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.
O Sindipetro também se preocupa com as remunerações e os direitos trabalhistas, ressaltando que haverá queda da massa salarial investida pelos trabalhadores na economia local. “nas empresas privadas a tendência são salários mais baixos e menos direitos”.
Segundo Jairo Batista, o Sindipetro vai continuar defendendo a manutenção da Petrobras na operação dessas unidades, mas iremos acompanhar de perto esse processo de arrendamento no que diz respeito à segurança dos trabalhadores, dos equipamentos e da região do Polo de Camaçari, e também aos direitos dos empregados, ao nível de contratação e geração de empregos”.
“Entendemos que o arrendamento é um prejuízo para a Bahia, para a Petrobras e para o Brasil. Significa, na prática, a saída da Petrobras do setor de fertilizantes que sempre foi uma medida defendida pela iniciativa privada, que desde a década de 1990 tenta abocanhar esse segmento”, pontua Radiovaldo.
De acordo com a estatal o valor do negócio será de R$ 177 milhões para um período de 10 anos, prorrogáveis pelo mesmo período. Ainda segundo a Petrobras, para que os arrendamentos entrem em vigor é necessário que sejam aprovados pelo CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica – e que a Proguigel Química obtenha a licença necessária para a operação das unidades.
Muitos trabalhadores concursados da Petrobras, lotados na Fafen, já foram transferidos para outros estados, outros serão transferidos para unidades da estatal na Bahia.
Clique nos links abaixo para recordar uma pequena mostra da luta do Sindipetro para que a Fafen continuasse sob operação da Petrobras
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Fonte – Sindipetro Bahia
Tag: arrendamento, FAFEN, sindipetro bahia, soberania nacional