Perigo – Baixo efetivo operacional na RLAM está levando trabalhadores ao esgotamento físico e mental
maio 7, 2021 | Categoria: Notícia
O Sindipetro Bahia vem recebendo denúncias de trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) relatando estresse laboral devido à falta de pessoal nas unidades. De acordo com eles, na Unidade 13 há uma turma sem nenhum operador e para garantir a sua atividade a refinaria convoca os operadores de outras turmas, que estão de folga, para que retornem ao trabalho. Em cada uma das outras turmas falta pelo menos um operador.
A escala de trabalho do mês de maio estampa o grande problema que ocorre na RLAM. Na turma A faltam dois operadores. Nas turmas D e E falta um, em cada. Já a turma C está com menos três trabalhadores, pois um foi transferido e dois estão de licença médica. No lugar de resolver o problema a gerência da OP-LUB opta por recrutar trabalhadores em folga, sobrecarregando ainda mais esses operadores que já sofrem com o alto grau de assédio moral e pressão que se tornaram corriqueiro na OP-LUB.
O que ocorre na RLAM é a típica “tragédia anunciada”, pois apesar dos avisos e denúncias do sindicato, a RLAM insiste em dar continuidade ao mesmo procedimento inseguro. Portanto, todo e qualquer acidente com trabalhadores próprios e terceirizados em função dessa crise na Unidade 13, gerada pela falta de pessoal, que implique em acidentes ou danos nas instalações da RLAM, a responsabilidade total será do Gerente Geral da RLAM e da gerente da OP – LUB.
Os trabalhadores devem usar o Direito de Recusa, garantido no Acordo Coletivo de Trabalho, e se recusarem a trabalhar em situações que podem oferecer perigo, inclusive devido ao cansaço físico e mental. Os operadores que se sentirem coagidos devem procurar um diretor do sindicato e denunciar a situação e também devem ficar cientes que não são obrigados a trabalhar nos dias de folga.
Não foi por falta de aviso e de luta
A redução de efetivo nas unidades da Petrobrás ganhou grandes proporções a partir da implantação do O&M (Organização e Método). Um estudo feito, de forma unilateral, pela estatal, e na opinião da diretoria do Sindipetro “conceitualmente equivocado, pois se baseou em tempos e movimentos, como se uma planta petroquímica fosse uma linha de montagem”.
Na época – no ano de 2017) -, o Sindipetro fez inúmeras intervenções, alertando, inclusive para a mudança no perfil das equipes de operação. Com os PIDV’s, os técnicos mais experientes se aposentaram, diminuindo o tempo médio de experiência dos grupos operacionais. Dessa forma, a redução do efetivo mínimo se deu num cenário ainda mais inseguro.
Para barrar a implantação do O&M, o Sindipetro entrou com ação na justiça e ofereceu denúncia ao Ministério Público do Trabalho. Uma das etapas da ação do Sindipetro contra as reduções do efetivo operacional no Sistema Petrobrás na Bahia levou a uma perícia judicial na RLAM, em julho de 2018.
Mas apesar de todo o esforço da entidade sindical, o O&M foi implantado e o resultado só veio a comprovar as denúncias feitas pelo Sindipetro. O fato é que as unidades operacionais atuam na corda bamba e os trabalhadores correm riscos constantes. É urgente a necessidade de aumentar o efetivo operacional na RLAM e nas outras unidades da Petrobrás. Já está comprovado que não há trabalhadores suficientes para operar essas unidades.
O objetivo da redução do efetivo operacional foi e continua sendo a privatização da Petrobrás. Para isso, não importa que os trabalhadores sejam colocados deliberadamente em risco, expostos a doenças ocupacionais e acidentes, principalmente em casos de emergência.
Fonte – Imprensa Sindipetro Bahia
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