“Temos de repensar a forma de fazer a luta e encontrar novos meios de se comunicar com a sociedade”, afirma José Sérgio Gabrielli em mesa temática no Congresso dos Petroleiros da Bahia
junho 28, 2024 | Categoria: XIII Congresso
O economista, professor e ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli que participou da mesa “Conjuntura Política: Avanços e Retrocessos na Categoria Petroleira”, no congresso dos petroleiros na tarde da sexta-feira (28) fez um resgate da história recente do Brasil para explicar a atual conjuntura política e econômica do país. Ele abordou desde o movimento que tomou as ruas em 2013, que se dizia antipolítico e apartidário, à ascensão da extrema direita no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro, que provocou um enorme retrocesso no país.
O professor também fez uma análise da política externa, particularmente sobre as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos e a futura influência que pode haver no Brasil, caso Trump saia vencedor, fortalecendo novamente a extrema direita.
Ele também criticou o que chamou de crescimento das bancadas “temáticas” no Congresso Nacional (evangélica, militar, agrária e ainda de lobistas de grandes empresas) que “acabaram com a representatividade dos partidos políticos”. A mesma opinião o professor emitiu em relação aos movimentos sociais que estariam segmentados. Para ele é preciso repensar a forma de fazer a luta e também de se comunicar com a população. “E ainda dar um salto, avançar na ideia de sindicato cidadão e encontrar bandeiras de luta que mobilizem pessoas de todas as idades”.
Setor petróleo
Já a Supervisora Técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias, abordou o setor de petróleo e gás natural no Brasil, que respondeu por 46% da matriz energética brasileira em 2022. Para Georgina, o cenário do setor de petróleo e gás na Bahia se apresenta duplamente desafiador: “por um lado os últimos anos foram de perda de relevância, com negócios reduzindo-se aos mais baixos níveis históricos e a saída quase que completa da Petrobrás do estado; de outro lado, há grandes expectativas sobre um novo ciclo, onde pequenos e médios produtores independentes possam atuar de forma competitiva”.
A economista encerrou a apresentação falando sobre os desafios para a representação do setor privado na área de petróleo. Entre eles a ampliação da representação sindical e a construção de mais acordos coletivos de trabalho.
Esta foi a segunda mesa de debates do XIII Congresso da categoria petroleira, cujo tema são os 70 anos de luta e representação sindical petroleira na Bahia.
Confira os registros:
